O uso de deepfakes e IA nas eleições

A evolução das tecnologias de deepfake, que permitem a criação de vídeos e áudios falsos, traz novas dimensões ao problema das fake news. Candidatos mal-intencionados podem utilizar vídeos manipulados de adversários ou figuras públicas populares para influenciar o voto de eleitores de forma desonesta. Essas falsificações podem alterar declarações, distorcer debates e criar falsas narrativas, afetando diretamente o processo democrático.

Com a proliferação de plataformas digitais como TikTok, Kwai, WhatsApp, Telegram e Facebook, que ainda carecem de uma regulação adequada, o risco de desinformação é ainda maior. Essas plataformas são amplamente utilizadas pelos brasileiros — mais de 156 milhões de pessoas têm acesso à internet —, o que as torna ambientes férteis para a disseminação de notícias falsas.

O papel da Justiça Eleitoral no combate à desinformação

A Justiça Eleitoral já tem experiência no combate à desinformação. Em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprimorou suas ferramentas para controlar a disseminação de fake news, em resposta à pressão da sociedade e às experiências das eleições de 2018, quando houve disparos massivos de notícias falsas.

Em parceria com diversas empresas de tecnologia, o TSE combateu o uso de robôs, perfis falsos, impulsionamento ilegal de conteúdo e disparos em massa nas redes sociais. Essas práticas comprometem o debate público de qualidade e desviam o foco das propostas e argumentos políticos. O objetivo é garantir um ambiente de discussão saudável, longe de mentiras e agressões.

Entretanto, o desafio para 2024 é ainda maior. Com o avanço da IA e o uso crescente de redes sem supervisão rígida, a Justiça Eleitoral terá de enfrentar novas formas de manipulação de informações que podem impactar o resultado eleitoral.

Como identificar fake news nas eleições 2024

Para proteger seu voto e evitar ser influenciado por desinformação, é fundamental saber identificar uma fake news. Confira algumas dicas para reconhecer notícias falsas:

1. Verifique a fonte: Confira se a notícia vem de um veículo confiável. Desconfie de sites ou perfis que você não conhece.
2. Cheque a data: Muitas fake news usam informações antigas fora de contexto para manipular a percepção dos fatos.
3. Busque outras fontes: Se algo parece estranho, procure a mesma notícia em outras fontes de confiança. Notícias importantes geralmente são amplamente divulgadas.
4. Cuidado com o sensacionalismo: Fake news costumam usar títulos e imagens chocantes para chamar a atenção. Verifique se o conteúdo é verídico antes de compartilhar.
5. Desconfie de mensagens alarmistas em grupos: Golpes eleitorais costumam usar aplicativos de mensagem para espalhar desinformação de forma massiva. Verifique as informações antes de repassá-las.

Como denunciar fake news

Se você encontrar conteúdos suspeitos ou notícias falsas, é importante denunciar para ajudar a combater essa prática ilegal. Veja como fazer:

• Tribunal Superior Eleitoral (TSE): O TSE possui uma parceria com redes sociais e aplicativos de mensagens para remover conteúdos falsos. Você pode denunciar diretamente pelo aplicativo Pardal ou nas plataformas digitais que colaboram com o TSE.
• Redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter e outras plataformas permitem a denúncia de conteúdos falsos diretamente em suas interfaces. Procure a opção de "Denunciar" ao lado do post.
• Empresas de tecnologia: WhatsApp e Telegram, que têm sido amplamente usados para espalhar fake news, oferecem canais para denúncia de mensagens que violam seus termos de uso.

A desinformação nas eleições representa um risco significativo para a democracia. Com essas dicas e ferramentas à disposição, você pode ajudar a proteger o processo eleitoral, garantindo que as decisões sejam baseadas em fatos e não em mentiras. Proteja seu voto e contribua para uma eleição limpa e justa em 2024!